No último domingo (11), comemorou-se o dia do Controle de
Poluição por Agrotóxicos. Com a data, não podemos deixar de falar do livro “Primavera
Silenciosa”.
O livro foi publicado em setembro de 1962, pela bióloga
marinha norte-americana Rachel Carson (1907-1964), é considerado o primeiro
alerta mundial contra os efeitos nocivos do uso de pesticidas na agricultura. Antes,
qualquer indústria química de inseticidas e outros derivados sintéticos podia utilizar
o que quisesse no meio ambiente o com a justificativa do combate a pragas, sem o
controle de testes científicos.
O livro teve influência na criação da Agência
de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency) dos Estados Unidos e inspirou movimentos
ambientalistas em diversos países. Ele é
mais que um alerta contra os agrotóxicos, mostra que a relação do homem com a
natureza está no caminho errado e precisa reavaliar conceitos.
Nele, 57 das 328 páginas são de bibliografia de artigos consultados.
Esses estavam isolados ou perdidos nas bibliotecas universitárias, sem
consultas. Foi Rachel quem uniu toda essas informações científicas pela
primeira vez, tornando-as acessíveis a todos.
Ela sabia que o tema era polêmico e provocaria reações dos produtores
de pesticidas. Para defender-se das acusações, pesquisou muito e entrou em
contato com cientistas de diferentes países, formando uma rede de
colaboradores.
Os testes conduzidos pelos fabricantes de pesticidas eram muito
precários. O principal erro é que se testava o efeito sobre um tipo específico de
inseto ou erva daninha, isoladamente em laboratório. Porém na natureza e no
mundo fora dos laboratórios existe uma cadeia ecológica. Uma vez desequilibrada
a cadeia de presas e predadores, a volta ao estado original pode ser demorada.
Eventualmente todo o nicho ecológico se desequilibra a longo prazo.
A indústria química agiu de maneira irresponsável, tentando minar
a carreira e reputação da bióloga. Entretanto, ela acabou vitoriosa na briga. O
DDT e outros inseticidas foram enfim banidos depois de investigações mais criteriosas.
E a indústria química teve de rebatizar os pesticidas como "defensivos
agrícolas".
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